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Buzinão
contra portagens ensurdecedeu toda a cidade Teresa Cardoso 9 de Outubro de 2004 Ensurdecedor. Muitas das pessoas que ontem circulavam, a pé, ao final da tarde, no centro da cidade de Viseu, tapavam, ostensivamente, os ouvidos, para evitar a entrada dos décibeis - acima de qualquer escala - que saíam de centenas de viaturas em trânsito. O buzinão tinha um motivo: o anúncio de portagens no Itinerário Principal nº5, futura A25. E um destinatário: o Governo. "Esperamos que o protesto chegue aos ouvidos dos governantes. É bom que saibam que os beirões são gente pacífica, ordeira e trabalhadora. Mas não nos tomem por parvos. Parvos não somos", afirmava Francisco Almeida, rosto da Comissão de Utentes Contra as Portagens (CUCP) que organizou o protesto.
Com um abaixo-assinado subscrito, até agora, por mais de 17 mil cidadãos, autarcas, associações e sindicatos, o CUCP promete não baixar os braços. Depois do buzinão de ontem, seguir-se-ão idênticas manifestações de protesto em Aveiro e Guarda.Que culminarão, para o final do mês, em data a definir, com uma marcha lenta no IP5. "E bom que a gente se entenda: o IP5 não é, nem nunca será, uma auto-estrada. E uma via que está a ser dupli cada: Os declives e as curvas, sinuosos e perigosos, vão manter-se. Acresce o facto de ser uma estrada sem alternativa. Tal como sucede com a EN 125, no Algarve, também a EN 16, que atravessa cerca de meia centena de localidades, não é alternativa a um IP5 portajado", acrescentava Francisco Almeida. O dirigente aplaudiu a adesão da população ao protesto. E garantiu que se o Governo não retroceder na intenção de avançar com as portagens, "o povo não desarmará". A engrossar o cortejo automóvel que além de ensurdecer, entupiu as principais ruas e avenidas da cidade de Viseu, estavam vários veículos pesados da empresa de transportes Patinter, de Mangualde. Num comunicado enviado à Comunicação Social, a título pessoal, o dono da transportadora, Pedro Polónio, reafirmou a sua "indignação" contra as portagens no IP5. E deixou um pedido: "mostrem a EN 16 aos portugueses". Tudo para concluir que a estrada apontada como alternativa levará muitas horas a percorrer se um camião quiser fugir às portagens. |
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